PARA VIVER É PRECISO AMAR

Foto: Obra de Antonio Batista de Souza (Série Dom Quixote)

Senhor de sandices. Cavaleiro eterno, defensor do amor, da paz e da justiça. Acompanhado por seu fiel escudeiro Sancho Pança e seu cavalo Rocinante. Loucamente apaixonado por Dulcineia del Toboso.
Este é o filho pródigo do romancista e poeta espanhol Miguel de Cervantes. Figura única na literatura e a mais famosa nos escritos espanhóis, Dom Quixote de La Mancha representa o ser ideal, mas irreal para o mundo.
Personagem nascido carente de razão, veste-se dos ideais cavalheirescos e transforma-se em Dom Quixote. Sua obsessão pela leitura de romances de cavalarias fez este pobre fidalgo castelhano, verdadeiramente Alonso Quixano, levar ao conhecimento do mundo sua forma de viver na qual deixa dominar o ideal pelo real e o ideal pelo social.
Suas loucuras fizeram de suas aventuras as mais traduzidas na literatura universal. Com humor, leveza e dotado de uma clareza muito própria, Dom Quixote revelou, sem medos e vergonhas, sua imensa capacidade de amar.
Mesmo tido como insano, amou seu ideal de um mundo melhor, lutou contra moinhos como quem luta contra gigantes. “- Vê, meu fiel Sancho: diante de nós estão mais de trinta insolentes gigantes a quem penso dar combate um por um”.
Dotado de um amor infindável, o Cavaleiro da Triste Figura, consegue enxergar a real beleza dos seres. Em sua visão, um pangaré é na verdade o belo garanhão Rocinante e Dulcineia, de rude camponesa, surge como dama da alta sociedade a quem Dom Quixote dedica todas as suas vitórias.
Seu modo de ver a vida intrigou, entusiasmou e fez muitos rirem. Há 400 anos Dom Quixote conquista leitores quando se despe de juízo e mostra a tênue linha entre a loucura e a não loucura. 
Sempre acompanhado por seu fiel escudeiro, o Cavaleiro Andante deixou-se viver pelas fantasias que criou ao longo de sua jornada enquanto seu amigo, consciente da realidade, seguiu-o em todas as lutas tentando proteger seu fiel amo.
Dom Quixote de La Mancha sonhou, nutriu esperanças, venceu e fracassou como qualquer outro ser humano. Descrito como esquizofrênico, Dom Quixote de La Mancha, junto de Sancho Pança, afirmou ao mundo que, doente de razão ou não, para viver é preciso amar.


Nota: Texto escrito para campanha publicitária - 2010

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