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wilhei/Pixabay |
Mais um Dia dos Pais chegou e com ele a costumeira festa da
escola. Meu filho mais novo ficou todo animado, ia ter festa!!!
Claro que ele queria ir! Ele adora uma festa e não perde nem
mesmo a do Dia dos Pais, mesmo o pai tendo falecido. Então, me perguntou quem
poderia ir com ele e eu respondi que eu poderia, se ele quisesse, mas que
não teria nenhuma outra mãe lá: – Tudo bem, disse o pequeno, com ares de quem
está completamente seguro do que está fazendo.
E lá fomos nós...chegamos à festa e nos vimos cercados de
pais e filhos, nós dois, mãe e filho, tentando nos encaixar num espaço que não
parecia ser para nós. Foram vários olhares e eu imaginando o que pensavam: “Será
que é uma mãe louca que nem deixa o pai vir a própria comemoração?” “Será que
ela é pai?” “Será, será....?” Provavelmente, todas questões que só moravam na
minha cabeça ou talvez na de mais uma ou 20 pessoas...Mas em meio a tantos “será”,
resolvi acreditar que ninguém estava se importando com a diferença e acolhi meu
filho como mãe, porque é isso que sou dele, e começamos a participar das
brincadeiras de um modo desajeitado, que aos poucos foi dando lugar à diversão
que costumamos nos entregar quando estamos brincando, como mãe e filho que
somos.
O vídeo de homenagem com fotos dos pais e filhos causou uma
certa estranheza nele, talvez por não se reconhecer bebê em uma das únicas
fotos que ele tem com o pai, mas ele vibrou vendo os amigos e falava cheio de
entusiasmo o nome de todos que apareciam em cada foto que passava, como se fosse ele ali.
Nossa experiência virou mais uma história para contar, entre
tantas que temos e teremos. Ele chegou em casa calado e disse que não gostou da
festa. E, apesar de saber pelo silêncio dele que de algum modo esse momento o
fez refletir e perceber que a família dele, mesmo sendo diferente, é uma
família de muito amor, desconfio que o não gostar é muito mais porque não teve
bolo e parabéns....
Escrito em 15 de agosto de 2017
Ai que texto lindo. Realmente para refletir.
ResponderExcluirSim, reflexão....e agora, com a pandemia, esse cenário será cada vez mais frequente...
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